quinta-feira, maio 19, 2011

Quando The Thin Red Line é o Malick preferido deles

Nuno Galopim | jornalista, crítico de música e autor do blog sound+vision
A guerra como a não vemos. A solidão e o medo (que é companheiro constante). Mas também o sonho. O calor que podia ser paradisíaco mas tudo abafa. Longe das estratégias que definem muito do cinema de guerra, Terrence Malick opta por olhar o plano humano. Porque quem vive o campo de batalha pode receber ordens... Mas sente.
Nuno Carvalho | jornalista, crítico de cinema e autor do blog O REINO DAS SOMBRAS
Quando vi A Barreira Invisível, de Terrence Malick, lembro-me de pensar que seria impossível que O Resgate do Soldado Ryan, de Steven Spielberg (que ainda não vira, e que estreou por cá sensivelmente na mesma altura) lhe chegasse aos calcanhares. Acabei a gostar bastante de ambos, embora de formas diferentes. Mas a verdade é que o filme de Malick – para usar uma expressão comum em contextos amorosos – é daqueles com os quais, para mim, a “química” é quase perfeita. Isto porque tem muitos dos elementos que mais me agradam num filme: os monólogos interiores, o épico contemplativo, uma veia meditativa e filosófica, uma apurada sensibilidade estética, uma dimensão espiritual. De resto, é justamente este lado metafísico do filme o que o torna especial e envolvente, fazendo dele uma espécie de “Platoon metafísico” (na expressão do crítico americano J. Hoberman). Porque A Barreira Invisível (título português para o original The Thin Red Line) é sobretudo uma reflexão sobre a Morte. Neste caso, sobre o medo de morrer sentido pelos combatentes de uma guerra, como se a morte fosse um omnipresente e espectral “meridiano de sangue” que a qualquer momento pudesse atravessar as vidas daqueles homens.
Miguel Pinho | estudante de cinema
Nunca a guerra foi mostrada com tal magistralidade. O filme de Malick é uma autêntica obra de arte que não só nos põe a viver intensamente os acontecimentos que representa como também, ajudado pela inacreditável banda sonora de Hans Zimmer, arrebata qualquer um com a fortíssima carga emocional. Sem dúvida alguma, o mais perfeito filme de Terrence Malick.
Samuel Andrade | autor do blog Keyzer Soze's Place
“Cada homem luta a sua própria guerra”, e na maior produção existencialista de guerra alguma vez registado em película, Terrence Malick cativa-nos com os dramas pessoais deste grupo de soldados que procura sobreviver num conflito encerrado em paisagens soberbamente fotografadas.
Extraordinário estudo sobre o absurdo da guerra, que se revela surpreendente a cada nova visualização, ilustrado por uma arrebatadora banda sonora, um elenco “estelar” composto quase inteiramente por cameos e a certeza de que nem tão cedo assistiremos a algo de tão único.

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