Centro das atenções no Festival de Veneza do ano passado, quando o Grande Prémio do Júri é entregue a «Essential Killing», a mais recente longa-metragem do autor de «Moonlighting» ou «Cztery noce z Anna» (Quatro Noites com Anna), que passa pelo IndieLisboa como um exemplo a ser sentido, entrega o espectador a uma petrificante luta pela sobrevivência. E Jerzy Skolimowski, mais que nunca, cola-nos de tal maneira à interpretação por Vincent Gallo (que aqui nos dá o papel da sua vida), que consegue com que sintamos, não com ele, mas por ele. O protagonista, talibã que, após assassinar três soldados, é capturado pelo exército norte-americano, dá-nos, para além de desoladora angústia, silêncio. E este silêncio serve, para o realizador, de complemento fundamental para a paisagem que filma frenética e directamente após o escape «milagroso» da personagem. Pode-se dizer que «Essential Killing» é uma jornada individual pela preservação da vida. Irónico será considerar que, de tanto o protagonista ter sofrido para assegurá-la e ter tantas vezes assassinado (daí o título), a natureza acaba, no final, por se sair vencedora sobre o homem.
Muito bom, mesmo. E, falando da extensão do texto, é caso para dizer que, aqui, menos é mesmo mais! Sucinto. Claro. E na mouche!
ResponderEliminarEu concordo com isso tudo Flávio, aliás isso é que faz com que seja muito bom filme, mas falta lá algo que uma história destas requer, sei lá, mais tratamento-choque, mais impacto, mais crueza, por exemplo acho que devia ter explorado os primeiros planos ou os grandes planos que não me lembro de ver, mostrar o rosto mais de perto, essa angústia de que falas, o olhar, filmar mais de perto mesmo nos planos médios. Eu fiquei com essa impressão :)
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