Por fim, o mistério termina: um dos filmes mais aguardados para o Verão deste ano, produzido por Steven Spielberg, acaba finalmente de ser lançado nas salas de cinema portuguesas e revisita uma fórmula antiga de sucesso. Este artigo foi publicado originalmente no dia 30 de Julho de 2011, na revista Notícias Sábado, que integra o Diário de Notícias e o Jornal de Notícias.
O criador da série de culto “Perdidos”, produtor do impressionante “Cloverfield” e realizador do reinício da saga “Star Trek” aperta mãos com o lendário cineasta Steven Spielberg. E “Super 8”, que acaba de estrear nas salas de cinema, não é um filme só de um ou de outro, mas de ambos. É precisamente essa peculiaridade, carregada da nostalgia do percurso inicial dos dois realizadores, que faz com que este seja um dos melhores blockbusters dos últimos anos.
Somos situados no Ohio (onde Spielberg nasceu), numa cidade fictícia, no final dos anos 70, e acompanhamos um grupo de miúdos cinéfilos, impelidos em filmar, com uma câmara Super 8, parte do seu filme à noite e ao lado de uma linha de comboios. É então que assistem a um descarrilamento aterrador, que é seguido por uma série de desaparecimentos enigmáticos (que acabam por associar aos acontecimentos dessa noite).
Misturando thriller, aventura e, sobre tudo o resto, ficção científica, J. J. Abrams embrenha-nos nas possibilidades quase “mágicas” do próprio cinema narrativo. Parte-se assim de uma base consistente e eficaz de argumento, que evoca as grandes produções de Hollywood de Steven Spielberg, como “E.T. – O Extraterrestre”, “Encontros Imediatos do Terceiro Grau” ou “Os Goonies” (o cineasta realizou os dois primeiros e produziu o terceiro). Mas não deixa de ser importante ressaltar toda uma carga de pessoalidade inerente ao filme. Este retorno à infância acarreta também consigo uma demonstração daquilo que foi o início das carreiras de J. J. Abrams e Steven Spielberg (que filmavam pequenas curtas-metragens em Super 8) e da importância desempenhada pela sua imaginação pueril e concentrada em seres extraterrestres. É por isso que a produção inocente do filme que há dentro de “Super 8” nos leva a considerar as personagens verosímeis, para além de bem construídas (a título de curiosidade, o protagonista não tem mãe, ao contrário de muitos dos filmes de Spielberg em que se sente a ausência do pai). Por conseguinte, não podemos deixar de considerar a extraordinária direcção dos actores, particularmente de Joel Courtney e de Elle Fanning (irmã mais nova de Dakota e que ficou reconhecida pelo seu papel em “Somewhere – Algures”, de Sofia Coppola), que rouba praticamente todas as cenas em que surge.
Assim, mais que ser um cartão-de-visita para as promessas de novos actores e muito para além de servir para o entretenimento para as massas, “Super 8” garante o cinema aos mais jovens e férteis sonhadores como a porta ideal para explorarem a sua imaginação.
Olá, Flávio, venha participar no meu blog de um despretensioso teste de conhecimentos cinematográficos. Começo com NICHOLAS RAY (Juventude Transviada). O vencedor leva DVDs clássicos.
ResponderEliminarAbração,
O Falcão Maltês
Espero ter a mesma sensação que tu quando vir o filme.
ResponderEliminarAbraço
Frank and Hall's Stuff