Devo dizer-lhe que deve ser a última vez que estamos aqui presentes… desculpe que lhe diga mas vai ficar sem emprego se não ser que passe só a falar de cinema internacional. O cinema português em princípio vai acabar, não é verdade? Porque não vai haver mais subsídios – aquilo a que se chama subsídios mas que é uma taxa da publicidade, portanto nem sequer sai do Orçamento… Desculpem lá dizer isto mas eu estou tão encantada de as pessoas gostarem de ir ver cinema português – cinema, enfim, cinema – e de as pessoas correrem às salas e de repente nós sabemos que não vai haver mais cinema e que isso acabou e que um país sem cultura não é um país, passa a ser uma anedota. Sabemos hoje, por exemplo, também, que a agência Lusa, a secção de cultura, acabou, porque realmente já não é preciso, já não há cultura. O secretário de estado [da cultura, Francisco José Viegas] anda a fugir e a queixar-se de que não há dinheiro – a obrigação dele é o quê? Procurar dinheiro, como fazem alguns outros secretários de estado, alguns outros ministros. Em vez de se queixarem o tempo todo procuram alternativas para que isto não acabe tudo. Mas nós infelizmente tivemos o pior secretário de estado que pudemos ter.
Rita Blanco in TVI24 (12 de Janeiro de 2011 - vídeo com entrevista integral aqui)
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