Será uma das imagens a marcar este ano que se inicia e que poderemos ver na primeira semana de estreias (dia 5). O pormenor é de uma pintura rupestre da Caverna de Chauvet e foi filmada pelo alemão Werner Herzog, numa expedição rara e sob a maior das vigilâncias.
O resultado é A Gruta dos Sonhos Perdidos – um documentário que não cessa de refletir sobre o próprio género e de não esquecer a tarefa elementar do cinema: olhar. Que significa um espectador, que acaba de celebrar a passagem de ano para 2012, entrar em contacto, partindo do auxílio de óculos a três dimensões (o filme utiliza esta tecnologia), com estas pinturas, algumas delas com mais de 30 mil anos…? Herzog terá querido, certamente, provocar esta comoção que vai para além do cinema ou da pintura – a arte, como expressão ou ritual, foi, é e será sempre uma comunicação. E esse poder mantém-se impermeável à evolução da tecnologia (da película para o digital, do 2D para o 3D no caso do cinema…) e, sobretudo, à passagem do tempo.
É, pois, à luz deste pensamento que aproveito para continuar a escrita neste O Sétimo Continente (que, como verão em breve, contará com novas rubricas) e para desejar aos leitores um bom e feliz ano novo.
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