Sendo hoje dia de São Valentim (ou dos namorados), apresento hoje uma lista de catorze sugestões cinematográficas para este domingo. Tentei mantê-la variada e versátil: filmes para todos os gostos, sejam eles mais indicados para ver ao lado do(a) parceiro(a) ou mesmo sozinho. A qualidade, posso garanti-lo, existe em todos eles. Desafio também a todos os leitores para nos deixarem sugestões de romances propícios para este dia tão peculiar!
Chaplin, no corpo do corajoso vagabundo, perde-se de amores por uma florista cega — assim se constrói o mote de um dos mais brilhantes filmes de sempre, a obra-prima do cineasta norte-americano que, tendo um dos melhores finais de sempre, conseguiu redefinir e fundir a comédia com o romance, na sétima arte.
Um épico e clássico romântico sem precedentes, necessário e influenciador, exemplo maior da globalização, que colocou Victor Fleming no patamar de um dos maiores cineastas de sempre.
Magistralmente escrito e interpretado, “Casamento Escandaloso” constituiu-se como um excelente exemplo de como uma comédia romântica pode ser construída com o objectivo de roubar ao espectador grandes gargalhadas e sem cair nas banalidades que afundam as actuais salas de cinema.
Um dos maiores trunfos de Woody Allen e Diane Keaton, que juntos embarcam num neurótico, cómico e penetrante romance, captando, tal como em “Manhattan”, a essência nova-iorquina das contemporâneas ligações amorosas.
Terrence Mallick é o mestre da subtileza, captando a ardente e proibida relação amorosa das personagens de Richard Gere e Brooke Adams com uma sensibilidade e quietude extraordinárias. Um brilhante exercício de cinema, com espantosas fotografia e linha narrativa, que, mais do que visto, merece ser sentido.
Gus Van Sant consolida, neste grande filme que viaja entre o experimentalismo simbólico, os temas que mais o fascinam na urbe contemporânea, criando uma importante obra de culto LGBT e um romance que eternizou River Phoenix e Keanu Reeves.
Ang Lee, que viria a realizar o puro e sensitivo romance “O Segredo de Brokeback Mountain”, realizou, em 1993, o precedente e hilariante “O Banquete de Casamento”, uma comédia moderna e socialmente crítica que trata o casamento por conveniência de um homossexual coreano residente nos EUA, de forma a manter as aparências aos seus conservadores pais. [crítica]
“Pocahontas”, recontado pelas produções da Disney, não é mais do que uma brilhante alegoria e ensaio sobre a aceitação, a diferença, o multiculturalismo, o amor sem fronteiras, com poderosas mensagens ecológicas e humanistas transmitidas com um sensacionismo imagético e sonoro imbatível e de necessária visualização.
Um dos maiores romances cinematográficos recentes pertence a Kar Wai Wong que desconstrói uma linguagem que lhe é própria, narrando brilhantemente as imposições morais que se intrometem na relação de duas pessoas casadas que, juntas pelo mesmo motivo, acabam por lutar contra este, quando a barreira invisível que aos dois separa se torna insustentável.
Sob o espectro de uma magnífica banda sonora, “Garden State”, escrito, realizado e protagonizado por Zach Braff chega-se-nos como uma comédia romântica “indie”, apartado de um universo de películas teen superficiais e desprovidas de conteúdo. Repleto de imagens emblemáticas do amor, da liberdade, da vida e da morte, Braff e Natalie Portman representarão um dos mais adoráveis casais vistos na grande tela.
Um dos dramas românticos mais freneticamente originais e fantásticos do cinema, primando, mais do que qualquer outra coisa, pelo brilhante argumento recheado das desventuras próprias do sonho, aliado às interpretações inesquecíveis de Winslet e Carrey.
O luto de um amor perdido, a pluralidade das expressões da intimidade e da sexualidade do ser humano e a inadvertida descoberta de uma nova ligação romântica numa sociedade regida pelas instituições e por normas informais que rejeitam o poliamor, a liberdade relacional e as orientações sexuais minoritárias. Tal como “Rent” ou “Os Sonhadores”, de tudo isto trata o musical francês, arrojado e melindroso, de Christophe Honoré. [crítica]
Uma chamada de atenção necessária para os novos casais e um belíssimo ensaio sobre o compromisso, a rotina e a durabilidade de uma relação amorosa. Com o magnífico olho de Sam Mendes, Kate Winslet e Leonardo DiCaprio unem, de forma madura e invejável, esforços após o épico “Titanic”, trabalho que merece ser analisado até termos a ideia de que não é com um dia só, como o de São Valentim, que as relações deverão subsistir. [crítica]
O mais recente “indie” romântico coaduna tudo o que é preciso para o tornar numa obra maior e inovadora — um boy meets girl disfuncional, infeliz e a fugir aos convencionalismos (pelo menos os mais evidentes). O amor não correspondido e a fábula do esquecimento: eis o que 500 dias de paixão, dor e amor conseguem fazer, construindo a verdadeira comédia da vida.
Excelente lista como já te tinha dito! Alguns não conheço, acabando por ser uma magnífica oportunidade de os ver.
ResponderEliminarBoa selecção, sem dúvida.
ResponderEliminarBoa selecção!
ResponderEliminarA minha escolha a acrescentar seria Love Actually...
Abraço
http://nekascw.blogspot.com/
Boas escolhas. Parabéns pelo blog, está muito bom.
ResponderEliminarAlguns nunca tive a oportunidade de ver, mas se recomendas vou dar uma vista de olhos.
ResponderEliminarO meu preferido desses é sem dúvida o Eternal Sunshine of the Spotless Mind, é absolutamente fantástico.
Abraço
Não é que sentisse que iria comentar uma escolha de São Valentim, de todo, mas senti-me de novo obrigado a fazê-lo, para sublinhar duas escolhas.
ResponderEliminar- A primeira, Fa Yeung Nin Wa ou In The Mood For Love do Wong Kar-Wai. Não seria uma escolha de São Valentim, mas é um excelente filme. Cada fotograma é arte. A fotografia hiper-saturada do Christopher Doyle, director de fotografia de Gus Van Sant em Paranoid Park, é de uma beleza ímpar.
- A segunda, Les Chansons de Amour. Porque é um filme de São Valentim e é um filme que atrai de forma particular. É o ponto de alto da carreira de um cineasta que conheço bem, e que oscila entre a sensibilidade de um Dans Paris e um falhanço na aposta de risco que foi Ma Mère.
É também a afirmação do Jean-Pierre Léaud dos nossos dias, Louis Garrel.
Extremamente francês, entre o espírito de Nouvelle Vague de Truffaut que Honoré sempre perseguiu e os musicais de Demy, muito recomendado.
Tiago, obrigado! Tens de os ver, valem bem a pena.
ResponderEliminarVictor, obrigado. Como te disse, também gostei da tua.
João, agradeço-te muito as sugestões. Ficam bem guardadas. Por acaso não conheço muito do Oriente, o que é uma pena.
Nekas, senti-me tentado a fazê-lo, mas já o tinha colocado numa lista precedente, na das comédias natalícias predilectas!
Pedro, muito bem-vindo ao blog! Gosto, igualmente, do teu. Volta sempre ;)
Alex, é mesmo. Um filme magnífico! Bons filmes :)
Back Room, é sempre óptimo sentir a tua presença por aqui e ver o teu reforço. Concordamos em pleno ;) Obrigado pelas sugestões!
Abraços a todos e espero que tenham tido um bom dia de São Valentim! :)