Quando se equivale um referendo a um instrumento máximo da democracia, então penso que entramos no domínio do absurdo, e por duas simples razões. Por se ter conhecimento a priori de qual seria o resultado deste, e porque um referendo desta natureza é antidemocrático (já que implica a sublevação e tirania da maioria que se caracteriza ainda, infelizmente, pela sua irreflexão, ignorância e egocentrismo). Os Direitos Humanos não são, simplesmente, discutíveis - são algo, à partida, deveriam nascer com todos os presentes e futuros cidadãos. A sondagem do lado foi retirada do online jornal Público (a qual poderão votar clicando aqui), surgindo num contexto em que o Partido Socialista, pondo de parte a hipótese de deixar que a população portuguesa tenha a última palavra, apresentará, em breve, uma proposta de legalização dos casamentos entre pessoas do mesmo sexo (pondo, contraditoriamente, de parte a adopção, o que bastante me indigna - não é este o mesmo partido que se propôs a remover quaisquer discriminações baseadas na orientação sexual?), e num contexto em que associações familiares, feministas e religiosas lutam para referendar esta matéria (elas só querem impedir que se torne uma realidade, nada mais).
Também o acho bastante antidemocrático eles próprios na sua campanha anunciaram que iriam remover quaisquer descriminações? isto é só mais uma prova do poder que eles nos confiam e das verdades que eles promovem...
ResponderEliminarÉ bastante indignatório
Abraço
http://nekascw.blogspot.com/
Ainda bem que o PS pôs de lado a ideia de um referendo. Referiste muito bem o meu ponto de vista. Para alguma coisa existem órgãos de soberania, porque não legislar tal questão directamente no Parlamento?! Se foram nomeados, foi para tomar decisões.
ResponderEliminarEstá visto e mais que sabido que os referendos - especialmente em Portugal - não fazem sentido, principalmente com os elevados níveis de abstenção que temos, juntamente com as mentes retrógradas.
Nekas,
ResponderEliminarApesar de o PS ter excluído qualquer hipótese da realização de um referendo (o que demonstra a valorização democrática), estes também se vêm a contradizer quando põem de parte a adopção - algo que, apesar de compreensível (a sociedade portuguesa ainda não se encontra preparada para aceitar, em conjunto, o casamento e adopção entre casais do mesmo sexo), ainda me continua a revoltar.
Tiago,
É precisamente isso que defendo - se há Governo, é para este, de forma responsável, tomar as decisões pela população. O referendo é algo de escusado.
Abraços!
Não não é Flávio. Qualquer referendo é útil. Porque não é justo o governo, independentemente de ter sido escolhido pelo povo, ou pela maioria do povo, tomar decisões sem conhecer a opinião do povo. E mais, se o povo não concorda, qual é a moralidade de instaurar leis ou decisões contra este, em prol de uma minoria? Se essa minoria está mal que se mude.
ResponderEliminarSócrates, por mais que tente, será sempre um bode discriminatório, não é? :) parece que sim. Vamos lá ver. Começo pelo Álvaro Martins: Concordo (não poderia, aliás, discordar, sendo democrata) com a sua frase onde diz "Porque não é justo (...) tomar decisões sem conhecer a opinião do povo". E é exactamente por isso que o referendo não tem qualquer sentido em relação a este assunto. Fazia parte do programa do Partido Socialista, explicitamente, a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo. O PS ganhou as eleições. Fazia parte do programa do Bloco de Esquerda a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo. O BE elegeu 16 deputados. O Partido Comunista deixou claro durante a legislatura anterior que votaria favoravelmente a este tipo de projecto. O PC elegeu 15 deputados. Formam maioria confortavel para passar a lei. O povo escolheu. O povo opinou.
ResponderEliminarAgora quero tentar enfiar a moeda na ranhurita do grande cofrezinho de porco que é o Flávio. Vamos lá ver uma coisa: tu és aluno de História... O que é que acontece quando um governo toma imensas medidas reformadoras e controversas de rajada? Mhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhm Depois responde-me
ResponderEliminarAh, Peres, boa resposta.
ResponderEliminarE boa pergunta. Compreendo, enfim, a razão mas é-me difícil aceitar. Algum dia há-de ser.