A terceira longa-metragem da prematura mas marcante carreira de Joe Wright chega a Portugal no seguimento de “Expiação”, uma das mais subvalorizadas e admiráveis obras da década, tal como, ainda que em menor escala, a adaptação do romance de Jane Austen, “Orgulho e Preconceito”. Não seria, portanto, de admirar que, para este “O Solista”, as expectativas estivessem no topo. Contudo, o filme consegue deixar um sabor amargo a todos os níveis, pecando principalmente a índole narrativa (da responsabilidade de Susannah Grant) que faz com que a película culmine num final repleto de clichés, bem típico das mais banais biopics e que não permite com que as interpretações do bem preparado Jamie Foxx e até mesmo de Robert Downey Jr. se destaquem. Ao som de um espectral mas imperceptível Dario Marianelli (a sequência de A City Symphony é, neste e nos restantes aspectos, a mais bem executada) e ao ritmo de um Joe Wright mais experimental, urbano e socialmente crítico, a fita consegue, apesar de tudo, inovar - especialmente com a bela cena musical de uma peça de Beethoven, onde a conseguimos “ver” com a mente de Nathaniel. Um trabalho dispensável e insosso da filmografia de Joe Wright, que muito facilmente será esquecido caso este recupere a boa forma com o futuro “Indian Summer”.
Nota especial para o rápido mas evidente long take que homenageia a comunidade dos sem-abrigo em Los Angeles, que vem a demonstrar que, apesar de Joe Wright fugir bastante ao estilo do precedente “Expiação”, não abandonou este cânone que tanto delicia os seus fãs.
7/10
É uma pena...
ResponderEliminarCumps.
Roberto Simões
CINEROAD - A Estrada do Cinema
Pois, sinceramente ainda não vi o filme mas já estava à espera de tal facto, sobretudo depois dos sucessivos adiamentos do filme. Quando tal se sucede, normalmente estamos perante um filme não tão bom quanto poderia ser.
ResponderEliminarEsperava-se um candidato aos Oscar e temos um mero "filme".
Abraço
Roberto,
ResponderEliminarMesmo. Pode ser que tenhamos uma melhor surpresa, para a próxima.
Fifeco,
Tens razão, e a agravar a essa facto tínhamos também a má recepção da crítica e do pública com o filme. Enfim...!
Abraços
Vou ve-lo
ResponderEliminarDowney Jr é fenomenal e vale pelo filme com certeza, apesar de eu nao simpatizar nada com Foxx:P
Abraço ;)
Jackie Brown,
ResponderEliminarpelo menos nesta fita Foxx sobressai-se mais do que Downey, que é o protagonista. Mas esperarei pela tua opinião.
Abraço
fui vê-lo no último dia de exibição. Esperava mais, naturalmente, mas lá está, o filme não peca pela realizaçao, a sequência de que falas no último paragrafo foi, para mim, o momento de respirar fundo e reconhecer wright. É um filme semi-cru, talvez, precisava de uns temperos, principalmente a nível de argumento. E, mesmo assim, é um bom filme, é só que depois de atonement esperava - acho que muitos também o faziam - muito de um filme de joe wright.não me arrependo de ter gasto dinheiro no cinema. mas veremos--
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