segunda-feira, abril 14, 2008

Hostel

Neste post, farei uma crítica a um filme que revi este fim-de-semana e que foi bastante falado aquando da sua saída, Hostel.
Hostel estreou nos E.U.A. em 2005 e aqui em Portugal em Abril de 2006 – precisamente quando eu o vi pela primeira vez. Antes da sua estreia por terras americanas, o filme causou grande impacto nos festivais em que foi exibido, tendo levado alguns críticos a afirmar que se tratava do filme mais assustador de sempre e que era extremamente violento (existem relatos até de pessoas que não aguentaram até ao fim do filme). Criou-se, então, um enorme hype à volta do filme e todos estavam ansiosos por vê-lo. Será que aquilo que diziam era verdade? Continuem e a ler e descobrirão…

A trama do filme começa por nos apresentar às três personagens principais, dois americanos (Paxton e Josh) e um islandês (Oli), que se encontram em Amsterdão, o penúltimo destino da viagem pela Europa. Apesar de tencionarem ir para Espanha em seguida, um habitante local indica-lhes um sítio onde eles podem satisfazer todas as suas fantasias sexuais, um albergue situado em Bratislava, na Eslováquia. Persuadidos por aquilo que ele lhes dissera e pelas fotografias das mulheres que poderiam lá encontrar, os três partem para Bratislava. Lá, encontram duas mulheres (Natalya e Svetlana) com quem começam a criar uma afinidade, não sabendo o terror que os aguarda.
A primeira parte do filme ocupa-se de desenvolver as personagens, apesar de o fazer apenas superficialmente. Um deles é viciado em sexo e, aos oito anos, viu uma rapariga afogar-se, outro intitula-se como o “rei do swing” e a nossa personagem principal é o mais recatado do trio e o mais responsável. De início, devo dizer que as personagens não criam grande empatia com o espectador mas isso vai mudando à medida que a história desenvolve. A segunda parte do filme muda drasticamente de tom e mergulha as personagens principais num terror que nunca poderiam prever, apresentando-nos um lugar onde cada um pode matar, torturar e satisfazer as suas fantasias mais selvagens por um preço. Como podem imaginar, o destino do trio não é nada admirador.

O ponto central da história é mesmo esse lugar e a forma como as coisas funcionam por lá – e isto é, segundo o realizador Eli Roth, baseado em factos reais. Encontramos então um grupo de vilões ricos de várias nacionalidades dispostos a tratar as suas vítimas de forma digamos… não muito agradável. As cenas de tortura variam de intensidade – aquela em que cortam os tendões do calcanhar a uma personagem é a melhor e a mais perturbante de todas. Quanto ao gore, é em grande quantidade e capaz de fazer alguns desviar os olhos em algumas cenas.

Hostel é um filme com boa fotografia, que ajuda no desenvolvimento da trama (reparem como os lugares passam de cores vivas e alegres a cores mais cinzentas, a meio do filme, e, depois, ao preto e vermelho), bem realizado (a primeira cena de tortura podia ter ficado um pouco melhor) e com actores que conseguem cumprir muito bem a sua função de gritar e retratar a dor e o sofrimento que experimentam, além de alguns momentos mais dramáticos (Derek Richardson e Jay Hernandez destacam-se, bem como Jennifer Lim, que protagoniza uma das cenas mais tocantes do filme, perto do final) mas com um senão – não assusta. Sim, existe muito sangue e membros por todo o cenário mas isso não chega para assustar – apesar de chocar o espectador com isso. O que faltou a Hostel foi suspense. Porém, funciona muito bem como um thriller com contornos de terror. Ah, e fez-me querer visitar a República Checa…

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