Filme: ★★★ / Extras:
★
O Atalho, de Kelly Reichardt
Alambique
Antes de João Canijo ter estreado em Portugal, no passado dia 5 de Outubro, o monumento cinematográfico Sangue do meu Sangue, a oitava edição do festival IndieLisboa apresentou, na secção Director’s Cut, este pequeno documentário que revela e reflecte o processo de criação entre o realizador e o elenco do qual nasceu o guião. É por isso que, através de um lado cronológico, ilustrativo e eminentemente lúdico (Canijo chegou a afirmar que o estudo deste objecto seria importante para as escolas de teatro e cinema, na antestreia do documentário em Lisboa que contou com a presença de Rita Blanco, Cleia Almeida e Nuno Lopes), acompanhamos o desenvolvimento das personagens e respectivos conflitos e cruzamentos dramatúrgicos. Muito embora tenhamos ficado com a sensação de que este filme, não obstante a sua relevância, não ficaria mal enquadrado como um extra de um DVD, parece difícil tornarmo-nos indiferentes à singularidade da metodologia incomum e empenho visionário dos actores de Sangue do meu Sangue.
Alambique
Filme: ★★★★ / Extras: ★
Se o minimalismo foi continuamente uma característica apontada ao cinema de Kelly Reichardt (autora de Wendy e Lucy), então O Atalho afirma-se possivelmente como o exemplo mais demonstrativo. Não nos importemos também de chamar a Reichardt uma paisagista norte-americana, cuja pulsão contemplativa (tornada real pela direcção de fotografia de Christopher Blauvelt) encontra alguma semelhança com a de pintores como Frederic Church (1826-1900). Assim, a narrativa, inspirada num caso verídico situado em meados do século XIX, segue três famílias guiadas por Stephen Meek, um explorador que contratam e que afirma conhecer um atalho para a sua viagem (este percurso está identificado entre os trilhos históricos do Oregon). Apesar de registar um espírito histórico e primitivo de povoamento, união e descoberta, a câmara desta cineasta é consciente do seu tempo e não deixa de filmar algo que permanece profundamente contemporâneo: como o ser humano reage (e se revela) face ao desconhecido e a situações-limite.
Flávio, O Falcão Maltês entra de férias amanhã. Desejo um Feliz Natal e um ano de 2012 bastante proveitoso.
ResponderEliminarAté Janeiro!
O Falcão Maltês
Obrigado e para o António desejo o mesmo.
ResponderEliminarAté breve.