Bem pouco tem sido o tempo que possa aproveitar para vir aqui, ao blog, escrever sobre um ou outro filme que me tem agradado (em breve, espero, falarei d’As Vinhas da Ira, de John Ford) e, por outro lado, muita tem sida a vontade de partilhar convosco (mais) uma opinião a um dos grandes de Andrei Tarkovsky, Stalker, de que já falei nesta publicação. A análise foi escrita pelo Roberto, e sugiro aos leitores que lá passem e a leiam porque, de facto, sintetiza, com engenhosa percepção, aquilo que significa o filme para a humanidade. Se não conhecem, talvez seja a altura de abrirem os olhos e descobrirem a obra de mestre deste messias cinematográfico.
E por falar em messias, sugiro, de igual forma, a leitura de um livro que muito me está a surpreender. Chama-se A Função do Cinema e das Outras Artes e foi escrito por Elie Faure num contexto em que o cinema era ainda muito precoce e cujas proporções e possibilidades se adivinhavam imensas. E é por esse adivinhar e sentido profético que Faure ficou assim conhecido… ler cada texto dele sobre a arte nova que entretanto o cinema era, é ler uma ode à sua importância, ao seu real valor, ao seu refulgente futuro. Efectivamente, o autor via o cinema como a mais importante das artes, a mais humanista, por implicar, quase necessariamente, o trabalho colectivo, e chega-o, a dada altura, a equiparar à arquitectura de um templo – por transcender a idealização do indivíduo criador, por ser fruto de uma coordenação harmoniosa entre os trabalhadores e pedreiros, por ser passível de ser utilizado e visto e sentido e até ultrapassado de múltiplas formas por todo o tipo de ser humano. Assim sendo, na sua opinião, o cinema caminharia pelo caminho da sabedoria, da luz e da compreensão máxima do homem, por eternizar cada gesto seu, seja feito em espontaneidade ou em ficção. Não deixa de ser irónico registar o seu actual desenvolvimento e visão massificada do mesmo, mas essa é, claro, outra história. Sim, sem dúvida, penso e gosto de acreditar que o cinema fará sempre parte do nosso futuro como motor do nosso desenvolvimento moral e espiritual.
Obrigado pela menção ;)
ResponderEliminarNão agradeças. Achaste o pack?
ResponderEliminarNos meus cinco de sempre estão estes dois ;) E o The Grapes of Wrath está no meu top 3 dele.
ResponderEliminarObrigado pela dica do livro. Vou ver o que posso fazer já que já tenho imensos em stand by para estas férias. Dava jeito parar o tempo, às vezes.
ResponderEliminarJoão, não tens nada que agradecer! Já publiquei a opinião :)
ResponderEliminarÁlvaro, tenho de ver mais de Ford, mas, certamente, o Grapes foi um grande impulsionador para que descubra mais do realizador.
Diogo, de nada. Como te compreendo!... :)
Abraços