quarta-feira, julho 09, 2008

Manobras na Casa Branca

Já todos sabemos que por trás de um grande político está sempre uma boa campanha. O que nem toda a gente sabe é que nem sempre é por seu mérito próprio, que há pessoas que por vezes fazem o seu trabalho. Neste filme, “Manobras na Casa Branca” (com o título original “Wag the Dog”) podemos ver o que está por trás de uma campanha de um presidente que, dez dias antes das eleições foi acusado de abusos sexuais. Começamos logo por ler uma metáfora ao filme, “O cão é mais inteligente do que o rabo porque senão era o rabo a abanar o cão”. Porque é que isto é uma metáfora? Descubram.



Tudo começa com a descoberta, pelos assessores do presidente dos EUA, de que o jornal Washington Post vai publicar a notícia do abuso sexual cometido pelo presidente, a uma jovem.
Faltavam apenas 10 dias para as eleições e uma polémica destas ia com certeza destruir a campanha do presidente pelo que era então necessário abafar este caso, a opinião do povo tinha de ser distraída.
Assim, Conrad Brean, um misterioso homem, é chamado à Casa Branca para ficar encarregado de manipular e enganar a comunicação social e, através dela, o povo.
A única coisa a fazer era abafar esta história com uma maior e melhor. Então, com a ajuda de um famoso produtor de Hollywood vão simular uma guerra com a Albânia, tudo feito ao pormenor.
Inventaram um bombardeamento e foi necessário criar todos os cenários. Em cena aparecia uma actriz com um gato ao colo, a fugir. Mas a tudo isto faltava um pouco de emoção. Então o produtor teve a ideia de fazer uma música que foi arquivada na Biblioteca de Congresso com uma data falsa e transmitida à comunicação social, fazendo com que pensassem que esta já existia e que só agora tinha sido descoberta, o que era falso.
Tudo isto foi criado ao pormenor, nada podia falhar… estavam em jogo muitas coisas e muitas pessoas. Contudo, aconteceu um grande imprevisto: a CIA descobriu que a guerra era uma fraude, uma manobra política. Passado pouco tempo já a televisão anunciava que a guerra com a Albânia tinha acabado.
Mas o produtor não era homem para baixar os braços e enfrentou isto como um desafio. E teve uma ideia… criar um pseudo-herói, um soldado que regressava da guerra depois de ter sido prisioneiro do inimigo.
Então começava tudo do zero outra vez, tinha de se voltar a reconstruir o plano. Inventaram depois uma moda de se atirar sapatos velhos para as árvores e postes em homenagem ao soldado (Old Shoe), elaboraram um emocionante discurso para ser lido pelo presidente e encarregaram-se de informar a comunicação social sobre a chegada do soldado.
Durante a viagem em que foram buscar o homem que dava cara ao soldado tiveram um acidente e descobriram que ele não passava de um prisioneiro, detido por violação a uma freira. Tudo se tornou muito complicado a partir daí.

Concluindo, este filme mostra-nos uma crítica às campanhas eleitorais e à fácil manipulação de opiniões, tanto do povo como da comunicação social.
Na minha opinião, esta história poderia ter sido melhor aproveitada. O filme é um pouco confuso, temos de estar bem atentos para irmos percebendo… e assim às vezes uma ou duas coisas podem escapar aos que insistem em ir bebericando. O filme é um pouco escuro, não se confunde nem de longe com o branco das legendas. Algumas cenas dariam a um realizador criativo a oportunidade de fazer algo muito giro, mas em vez disso vemos coisas muito simples e que não inovam ao longo do filme.
Não é um filme muito bom nem um fraco, é um bom filme que podia ter sido melhor.

Nota: 6.5/10

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