O primeiro aspecto positivo que devo salientar é o teor da relação entre William e a sua filha, Maya, interpretada por Abigail Breslin (e que, como sabemos, foi nomeada para um Óscar devido à sua performance no filme "Little Miss Sunshine"), que revela uma química engraçada entre os dois e nos proporciona diálogos muitas vezes hilariantes (tomem o exemplo da cena em que ela lhe pergunta o que é uma ménage à trois). Sim senhor, parabéns aos dois. Depois, talvez aquele que será o melhor detalhe é a forma como a narrativa nos é apresentada - que nos leva a, ao mesmo tempo que Maya, tentar adivinhar quem será, das três, a sua mãe - e que, devido à sua imprevisibilidade, nos prende desde o começo e nos continua a cativar até ao fim. Esta foi uma escolha feliz e eficaz por parte de Adam Brooks, realizador e autor do argumento, que aqui atingiu também melhores resultados que na má sequela de "Bridget Jone's Diary".
Quanto às actrizes que vivem os três interesses românticos da personagem principal ao logo da história, estão todas de parabéns. Rachel Weisz, sempre fenomenal, volta aqui a dar uma excelente interpretação vestindo a pele de Summer, uma escritora que, no início, se encontra numa relação com um sexagenário; Isla Fisher, que entrou no engraçado "Wedding Crashers", vive aqui April, a personagem com quem acabamos por criar mais empatia e com quem William forma uma amizade desde a sua chegada à cidade; Elizabeth Banks, por fim, é Emily, a tal namorada que fica à espera dele no Winsconsin. O argumento trata sempre de as trazer de alguma forma à história, mesmo quando pensávamos que não as veríamos mais e se, a dada altura pensarem, como eu, já ter descoberto tudo, o mais provável é que, nos minutos seguintes, o filme vos prove que estão enganados.
Já em relação a Ryan Reynolds, volta aqui a estar muito bem vestindo a pele de um homem simples com, apesar do que possa parecer, muito azar no campo amoroso da sua vida e por quem acabamos por torcer. Por fim, Adam Brooks não faz um trabalho excepcional na realização: em vez disso, aposta por conduzir a narrativa de forma discreta, por assim dizer, o que, apesar de não ser sinal de uma obra-prima, também não demonstra falta de qualidade. A sua posta - ganha - vai, claramente, para o argumento, ao qual já teci os devidos elogios e do qual apenas tenho uma coisa negativa a apontar - o final. Não que seja mau, ou sem graça, porque não é; a última cena é que é um pouco previsível.
O filme pode até nem inovar em muitos aspectos, nem tampouco parece ser o seu objectivo; é, sim, uma história reconfortante que, seguindo uma fórmula diferente da habitual, nos prende e nos leva a querer saber como tudo aquilo vai acabar. Destaca-se, também, por, contrariamente à maioria dos filmes deste género, centrar a sua acção num homem e não numa mulher, o que é sempre bom para o público masculino, que, geralmente, não é grande fã destes filmes. Engraçado e enternecedor, "Definitely, Maybe" é um dos bons filmes deste primeiro trimestre de 2008 e só é pena ter tido uma tradução para Português tão má como "Para Sempre. Talvez...". Aconselho, sem dúvida!
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