A Vertigo Store propõe uma oferta de pósteres, 'merchandising' e produtos de 'design' com o cinema como protagonista. A loja fica no Porto, mas tem um 'site' que serve quem está longe. Este artigo foi publicado no Diário de Notícias no dia 12 de Outubro de 2011.
Caminhamos pelo centro comercial no número 285 da rua Miguel Bombarda no Porto e, entre galerias de arte e espaços alternativos dedicados ao design, à decoração e às bugigangas, deparamos com uma montra que exibe posters de Tintin, de Laranja Mecânica, da Boneca de Luxo e Jules e Jim. É a Vertigo Store, loja de posters, merchandising e produtos de design que, pelo nome e logótipo, assume desde logo a sua preferência pela sétima arte, que representa nada menos que metade da oferta.
Alguns jovens entram na loja e contemplam o conjunto de posters e fotografias à venda que, globalmente, atravessam e unem a história do cinema, colocando Murnau, Kurosawa, Godard, Truffaut, Kubrick, Spielberg, Malick e Tarantino lado a lado. “Os nossos clientes são selectivos e sabem ao que vêm”, explica ao DN o fundador da loja, João Mascarenhas. “Ninguém nos pergunta sobre filmes comerciais como o Crepúsculo, que podem ser encontrados no supermercado”, afirma. “As pessoas já vêm ter connosco porque sabem que aqui encontram o poster do Pulp Fiction ou do Trainspotting. Em termos de realizadores mais populares Tarantino vence, mas para outros públicos Tarkovsky é capaz de ser o preferido”, revela.
Direccionada “para quem quer decorar a casa com posters que vão dos 6 a 30 euros, aproximadamente”, a Vertigo nasceu de uma união entre a paixão e a necessidade. Coleccionando posters “desde a zona série B com o Plano 9 do Vampiro Zombie” até aos seus filmes preferidos como Ladrões de Bicicletas e Johnny Guitar, João lembra que a ideia surgiu “muito porque era um tipo de coisas que comprávamos lá fora e não encontrávamos cá na altura.”
Cinema, sim, mas não só. Não foi por um acaso que escolheu Vertigo, o título original de A Mulher Que Viveu Duas Vezes (de 1958) para a sua loja. Para além de ser, para si, “um filme extraordinário”, Vertigo junta “três génios de artes diferentes: Alfred Hitchcock, Bernard Herrmann e Saul Bass. Cinema, música e design gráfico.”
Assim, a Vertigo Store (com um horário de atendimento das 12 às 20 horas, de segunda-feira a sábado) não deixa de fora posters referentes a televisão, “música, banda desenhada, literatura, videojogos, anime e até teatro”, vendendo, de igual modo, serigrafias e cópias de obras de artistas como Picasso, Rothko, Warhol ou Van Gogh. E, para além das reproduções, não faltam artigos decorativos, “porta-chaves, figuras, postais, carteiras ou sacos” de temas variados.
“Tudo tem a sua quota de interessados”, afirma João Mascarenhas, que se refere não apenas aos clientes portuenses, mas chegados “de todo o lado”. Na Internet, desenvolveu um portal de encomenda online (http://www.vertigo-store.com/), vendendo os milhares de produtos “para todo o mundo”, ainda que “com maior incidência para o Brasil”.
João Mascarenhas enfrenta, por isso, a época de crise económica sem medos. “Diria que temos de trabalhar muito mais para vender o mesmo.” E qual é o segredo? “Trabalhar muito e ter uma cultura popular muito abrangente”, responde. “Só assim conseguimos chegar desde o neto ao avô, com o Spongebob ou o Picasso.”
Muito interessantes. Valeu a notícia.
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