O escritor José Saramago terminou o seu novo livro, "A Viagem do Elefante", que conta a história épica de um elefante asiático chamado Salomão que, no século XVI, teve de percorrer mais de metade da Europa, anunciou hoje a Fundação Saramago.
"Escrevê-lo não foi um passeio ao campo: Saramago lançou-se a esta tarefa quando estava incubando uma doença que tardou meses a deixar-se identificar e que acabou por manifestar-se com uma virulência tal que nos fez temer pela sua vida. Ele próprio, no hospital, chegou a duvidar que pudesse terminar o livro", escreve no blogue da fundação a mulher do escritor, Pilar del Rio.
"Não obstante, sete meses depois, Saramago restabelecido e com novas energias pôs o ponto final numa narração que a ele não lhe parece romance, mas conto, o qual descreve a viagem ao mesmo tempo épica, prosaica e jovial, de um elefante asiático chamado Salomão, que, no século XVI, por alguns caprichos reais e absurdos desígnios teve de percorrer mais de metade da Europa", continua a presidente da Fundação Saramago.
O livro tem cerca de 240 páginas e deverá ser lançado no Outono.
A ideia de escrever este livro tem mais de dez anos e surgiu quando Saramago visitou a Áustria e entrou, em Salzburgo, num restaurante chamado "O Elefante", segundo a Efe, que falou com o escritor através de correio electrónico.
"Escrevi os últimos três livros na mais deplorável situação de saúde, nada propícia a sentimentos de alegria. Prefiro dizer: se tens que escrever, escreverás", disse Saramago, distinguido com o Nobel da Literatura em 1998.
Ainda no comunicado divulgado no blogue da fundação, do qual Pilar é a presidente, a Viagem do Elefante está “pontuado de acordo com as regras de Saramago, os diálogos intercalam-se na narração, um todo que o leitor em de organizar de acordo com a sua própria respiração.” No blogue (http://blog.josesaramago.org) está ainda disponível um fragmento do livro para leitura.
"Não é um livro mais, é o livro que estávamos esperando e que chegou a bom porto, o leitor. Salomão, o elefante, não teve tanta sorte, mas disso não falarei, aguardemos o Outono, e então sim: aí, em vários idiomas simultaneamente, poderemos comentar páginas, aventuras, desenlaces. Os materiais da ficção, que são também os da vida", acrescenta Pilar del Rio sobre a obra.
in Público, 19/08/2008
Mal posso esperar, como é óbvio! Já agora, o filme "Blindness", adaptação do brilhante "Ensaio sobre a Cegueira" estreia dia 13 de Novembro! Esperem post ;)
Claro que quero ler, mas tenho de ter calma. Ando a ler Saramago a mais e tenho medo de "enjoar". O filme? Claro que estarei presente na estreia ;)
ResponderEliminarPois, Peres, compreendo-te. Ainda tenho muitos livros dele na minha lista de espera, como o "Memorial", leitura obrigatória no 12º... Quanto ao filme vais ser tu e vou ser eu ;)
ResponderEliminarHum ainda vou ler outros dele antes deste... que me interessam mais.
ResponderEliminarSinceramente? Depois de ler o Memorial do Convento fiquei vacinada, só irei ler mais Saramago se me convencerem que algum livro vale mesmo a pena.
ResponderEliminarNão é que não tenha gostado de ler, mas o raio da pontuação (ou falta dela) mete-me uma confusão enorme, ao ponto de me perder na leitura.
Quanto ao Blindness, esse é incontestável, irei ver sem falta. Não só por ser adaptação de um livro tuga, mas principalmente pelo Mark Ruffalo. ;)
Pois, The Star, mas digo-te que Saramago pontua como deve de ser - basta só relermos as frases mais longas porque todos os apartes são feitos entre vírgulas, daí ser um pouco confuso...
ResponderEliminarSe fosse ver o Blindness pelos actores ia ver pelo Gael García Bernal... que é fenomenal. Ou a Julianne Moore.
Beijinhos