domingo, setembro 11, 2011

Queer cinema (10/30): Na fronteira do normativo


Filha do cineasta Luis Puenzo (vencedor do Óscar para melhor filme estrangeiro em 1985 com La Historia Oficial), Lucía Puenzo (nascida em 1976 em Buenos Aires) foi considerada uma das melhores 20 escritoras com menos de 35 anos, e é, para além de romancista, argumentista e realizadora de dois filmes – o mais recente, El Niño Pez (adaptação do livro homónimo da sua autoria), foi lançado há dois anos atrás, e a sua primeira longa-metragem, seguida da curta Los Invisibles que realizou, foi precisamente aquela que a catapultou como um nome a ter em atenção do novo cinema argentino. 

XXY (referência directa ao síndrome de Klinefelter), faz-nos acompanhar Alex (interpretada por uma extraordinária Inés Efron), uma adolescente que sempre cresceu como uma rapariga e que vive com os pais afastada da sociedade para não sofrer o estigma de ser intersexual. O filme projecta-nos para o drama de Alex quando se relaciona sexualmente com um rapaz, expondo-a à dúvida da sua identidade e orientação sexuais. 

Profundamente simples, o filme, que conta uma fotografia sujeita pela força (tranquilizante e bruta) do mar, com pálidos tons de azul, tem um objectivo activista de suscitar a dúvida, um dos maiores poderes do cinema contemporâneo.

2 comentários:

  1. Um pedido:
    e que tal todos estes teus EXCELENTES posts num pdf ou fum formato em que esteja tudo junto?
    é um documento a guardar, sem duvida!
    Abraço e parabéns pelo EXCELENTE trabalho.
    JC

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  2. Muito obrigado pelo enorme elogio, João! :-)

    Hei-de pensar nisso.

    Um abraço e bom domingo.

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