domingo, maio 24, 2009

:Cannes '09 - As Premiações

É certamente um grande dia para os portugueses e a sétima arte. João Salaviza, estudante de cinema de 25 anos, conseguiu, com "Arena", levar a Palma de Ouro na categoria das curtas-metragens. Já Michael Haneke, por "Das weiße Band" (filme que fiz referência na publicação anterior), venceu o mais cobiçado prémio. Para ver a lista de todos os premiados, cliquem aqui.

:Caché - Nada a Esconder




Caché ou, como o título que lançaram para Portugal, Nada a Esconder, é um filme de Michael Haneke que venceu, em 2005, no festival de Cannes, o prémio da crítica  internacional e  júri ecuménico, assim como o de melhor realizador, e levou, de igual forma, 5 prémios do Cinema Europeu: melhor filme, realizador, actor, montagem e crítica internacional. Ora, devo confessar, antes de mais, a minha total ignorância em relação à filmografia deste realizador, que ganhou visibilidade com o chocante "Funny Games" (que, ele mesmo, fez um remake dez anos depois, com este filme) ou "A Pianista" e conseguiu conquistar metade do favoritivismo para a Palma de Ouro de Cannes deste ano, com o seu novo e aclamado filme, "Das weiße Band". No entanto, bastou a colecção que ando a fazer com a série Ípsilon, do jornal Público, que, todos os sábados, lança um DVD da Atalanta Filmes, para conhecer, ontem, esta autêntica obra de arte. A fita começa de forma curiosa e um tanto irónica, com um take longuíssimo e parado de uma rua como qualquer outra que nos faz questionar o propósito daquela filmagem. Momentos depois, e em voz off, ouvem-se os dois protagonista a questionarem-se do mesmo. Haneke inicia, dessa forma, um thriller dramático bastante íntimo e perturbador, bem ao estilo de Hitchcock, convidando o espectador a espiar o terror sentido por uma família que se sente vigiada sem porquê saber. Com argumento coeso, realista, e extremamente envolvente, a simplicidade toma conta dos nossos nervos e atenção, trazendo-nos um filme francês inesquecível, quer pelas maravilhosas interpretações de Daniel Auteuil, Juliette Binoche e Lester Makedonsky, quer por um final merecedor de discussão e diversas interpretações (parafraseando o realizador, é melhor interpretar um filme de Haneke do que ver um filme de Haneke). Em relação à realização, posso dizer-vos que me lembrou um pouco Gregg Araki, pelo uso frequente de planos parados centrados nas personagens, mas, ainda assim, consegue ter uma forte marca pessoal que me agradou imenso.  Escusado será dizer que estou desejoso de ver mais filmes deste grande criador.  Só para finalizar, acho que é igualmente interessante uma comparação entre esta obra e "Gone Baby Gone", de Ben Affleck. Vi-os ambos ontem, e consegui estabelecer, muito facilmente, um paralelismo entre dois - e, se viram, saberão porquê. De qualquer das formas, "Caché" é um filme que dificilmente desgostarão,  pela sua genialidade e porque, citando Peter Travers, serão incapazes "de tirar os olhos do ecrã".
9/10

quarta-feira, maio 20, 2009

:Olha que bela prenda de aniversário!


Parece que o DVD do "Milk" é lançado no dia do meu aniversário, tal como o do "Quem Quer ser Bilionário?". Já "O Estranho Caso de Benjamin Button" vai para as prateleiras dia 9 do próximo mês. Isto é assim, enquanto se gosta de um filme espera-se, com sacrifício, pela compra, para satisfazer desejos momentâneos que dão, por vezes, aos cinéfilios (qual grávidas).
Aproveito, então, para divulgar um portal português bom de divulgação dos próximos lançamentos no mercado de DVD e Blu-ray. É o Cineteka.com e, apesar de ser um clube de vídeo para alugar filmes, informa, com fidelidade, destas coisas. E dá-me imenso jeito. Aproveitem ;)

segunda-feira, maio 18, 2009

:Lembram-se...

...quando era fixe ouvir Black Eyed Peas? Nada de boom boom pows nem barulhos semelhantes, mas um Let's Get it Started (lembro-me que os primeiros episódios do OC utilizaram a música), um Don't Phunk with my Heart, um Don't Lie, um Shut Up, um My Humps, um Pump It e um Gone Going para ouvir com os amigos.  Associo a banda ao auge da minha adolescência (sim, agora sou criança), ao verão, etc., etc... Sim, é um guilty pleasure pessoal, mas, vá, admitem, quem não gosta destas músicas deste grupo?

domingo, maio 17, 2009

:Vergonha Europeia

Sábado realizou-se, como alguns devem saber, o mais caro Festival da Eurovisão em Moscovo, na Rússia, o qual premiou a música norueguesa de Alexander Rybak, "Fairytale". Contudo, o país e a própria organização foram alvo de muita polémica, o que não é de admirar.
Começo, obviamente, por falar das manifestações em luta dos direitos dos homossexuais ocorridas ontem, na capital. Apesar de ser hoje o dia mundial contra a homofobia, os activistas aproveitaram a presença de europeus estrangeiros e reclamaram a plena falta de direitos para a comunidade LGBT, com placas onde se podia ler "Direitos Iguais sem Compromissos" e "Homofobia é a vergonha do país". A polícia de choque não demorou a actuar: vieram após cinco minutos e terminaram por prender dezenas de pessoas. A posição das autoridades foi bem explícita: "Semelhantes manifestações não só destroem as bases morais da nossa sociedade, mas provocam conscientemente desordens que irão ameaçar a vida e a segurança dos moscovitas e dos hóspedes da capital", disse à comunicação social o porta-voz da Câmara de Moscovo, Serguei Tzoi. Entretanto, já a Igreja Ortodoxa não demorava em apresentar a sua opinião, dizendo o teólogo Kuraev claramente que "A propaganda da homossexualidade é, em qualquer dos casos, um crime contra a infância. Há vinte anos atrás, eles diziam que era preciso anular o respectivo artigo do Código Penal (na URSS, a homossexualidade masculina era castigada com três anos de prisão), porque isso tinha lugar num quarto fechado entre dois adultos e não dizia respeito a mais ninguém. Nós acreditámos e anulámos o artigo. Agora, dizem que isto diz respeito a todos! Se queriam um quarto escuro, que fiquem lá. Para que querem sair à rua?". Um óbvio atentado dos direitos humanos, a Rússia é imensamente discriminatória em relação a diferentes minorias.
Igualmente infeliz foi a censura realizada à canção da Geórgia, "We don't wanna put in" que, pelo trocadilho feito com o nome "Putin", mereceu pressões do festival para que retirasse parte da letra da música. A posição do outro país foi digna e previsível, ao abandonar o concurso. Entretanto, também a representante da Alemanha, Dita von Teese, foi pressionada a que mostrasse menos o decote na apresentação de ontem, já que a Eurovisão era um "espectáculo televisivo familiar".
Poderá ter sido o "mais grandioso espectáculo de sempre da Eurovisão", segundo alguns críticos dizem, mas claramente, por todas as razões atrás mencionadas, ainda há imensas alterações a fazer - e não me refiro, obviamente, apenas ao festival. 
Para ouvirem a música que representou muito bem Portugal e que ficou em 15ª posição, cliquem aqui

:Cada um o seu Cinema - mas só em Lisboa


O interessantíssimo projecto que, a propósito do festival deste ano de Cannes, juntou realizadores como Gus Van Sant, Alenjando González Iñárritu, Lars Von Trier, Wim Wenders, Kar Wai Wong, Manoel de Oliveira e Roman Polanski, está em exibição, para grande surpresa minha, apenas em Lisboa. Ora, um filme de tal importância não deveria rondar - não sei, deixem-me pensar! - o norte ou o sul do país, talvez? Sinceramente, não compreendo. Em vez de manterem filmes como "Quem Quer Ser Bilionário?" ou "O Leitor" ainda no cinema (refiro-me ao do Arrábida Shopping) tragam novidades, por favor, está bem? Até que não era pedir muito...

:Querem aprender uma língua?

Então LiveMocha é o que está a dar :P É um portal e uma iniciativa excelente de aprendizagem e aperfeiçoamento de imensos idiomas, de forma gratuita e interactiva. Há, ainda, a possibilidade de ensinar uma língua a outros participantes e lucrar com isso. Visitem, vale bem a pena.