sábado, outubro 31, 2009

:Dogville - Créditos finais



Esta brilhante sequência, de Dogville, que hoje vos deixo, vem a resumir o que é a pessimista saga dos EUA de Lars Von Trier. Acaba assim mais um especial, em parceria com os blogs CINEROAD, seeSAWseen e Split Screen. Não deixem de esperar pelo quadro final das classificações e, também, uma nova promoção para o Novembro próximo.

:Aleflavismo #3



Nascer ou Uma página de possibilidades

sexta-feira, outubro 30, 2009

:Baila!



O vídeo colocado acima é um dos grandes exemplos que prova que vale a pena descobrir Nanni Moretti. Divertido, único e profundamente humano, este realizador / argumentista / actor deixou-nos uma autobiografia inesquecível ("Querido Diário") que não só estuda e priveligia, com um olhar crítico mas terno, as relações inter-pessoais como também homenageia toda a essência da sétima arte, e deixa-nos também um ensaio melancólico, ainda que esperançoso e memorável, sobre a perda familiar ("O Quarto do Filho"). Definitivamente, a ver mais deste cineasta. (Alexandra, que amanhã fazes anos, dedico-to especialmente a ti!)

quinta-feira, outubro 29, 2009

:Quando não há mais nada a dizer



Um presente emprestado de Merry Christmas Mr. Lawrence e de Sakamoto Ryuichi, para os momentos onde, depois de passada toda a incompreensão, todo o ódio e toda a insustentável leveza da intolerância, não há mais nada a dizer - só respirar, só viver!

quarta-feira, outubro 28, 2009

:Perguntas #1



Que princesa Disney vai estar encarcerada neste torre tão belamente conceptualizada?

terça-feira, outubro 27, 2009

:Antichrist em Cannes



Lars Von Trier - realizador que este blog e CINEROAD, SeeSawSeen e Split Screen estão a dedicar um especial neste mês de Outubro - é, tal como podemos comprovar com a visualização do vídeo de cima, o "melhor" cineasta. Pretensão e água benta (ou, neste particular contexto, não tão benta) deixada de lado, é interessante observar a dinâmica que ele e os protagonistas do seu novo filme, "Antichrist", têm entre si. Tão fascinantes como as suas obras, só mesmo, provavelmente, a produção delas. O filme já não estreia, entre nós, portugueses, este mês - 21 de Janeiro do ano próximo é a data agora indicada.

segunda-feira, outubro 26, 2009

:Aleflavismo #2



A democracia contemporânea

:Ponyo à Beira-Mar - a batalha das versões musicais



Muito recentemente vi o novo filme (em japonês) de Hayao Miyazaki, Ponyo à Beira-Mar - que, posso garantir-vos, é um óptimo filme com uma grande riqueza visual e narrativa - e não é possível, simplesmente, ficar-se indiferente à música principal. Ora, à boa e tradicional forma americana, a Disney decidiu modificá-la, e o resultado está bem visível no vídeo que acima vos deixo, que compara as duas versões. Notem, também, no criador do vídeo, que, realmente, se encontrava frustrado...!

domingo, outubro 25, 2009

:Dancer in the Dark



Na altura em que Cannes foi presenteado com a nova longa-metragem de Lars Von Trier, e que fez lembrar o precedente “Ondas de Paixão”, a crítica viu-se numa divisão ambivalente quase total, pondo aqueles que o odiavam e consideravam uma desilusão num canto e noutro os que o amavam e enalteciam o sentido inovador da narrativa. A luta foi ganha, claramente, por aqueles que a adoravam - e tal foi comprovado com a entrega da Palma de Ouro ao realizador e o prémio de melhor interpretação feminina a Björk, pelo musical atípico que trouxe, tempos depois, uma grande legião de fãs. Se, contudo, esta pequena obra surpreende largamente pela metamorfose da actriz, peca, paradoxalmente, pela personagem revoltante que esta encarna. Ou, melhor dizendo, pela composição geral de todo o melodramático argumento (a tentar ter, a todo custo, alguma credibilidade) e de todas as personagens, e que se movem no fio espectral da estupidez. Von Trier constrói uma parábola sobre a humanidade que podia primar pelo brilhantismo não fosse o sentido novelesco que foi exaltando - comprovado pela série de acontecimentos impossíveis (ou será que existem, realmente, pessoas tão cegas sobre a sua condição?!) que se vão sucedendo, uns atrás dos outros - e não, não me refiro às sequências musicais fantasiosas, que estão espectacularmente executadas - e que vêm a culminar numa poética cena final. Para amar Dancer in the Dark, este filme de sucesso com um estilo que respira novidade e beleza, músicas prodigiosas e interpretações simplesmente notáveis, há que amar as personagens em toda a sua essência, não vá a sua visualização resultar numa insustentável experiência.

7/10

:Referendo - sim ou não?


Formado o novo governo  do segundo mandato de José Sócrates, parece que o PS quer, tal como indica o Jornal de Notícias, "despachar" a questão da legalização dos casamentos entre pessoas do mesmo sexo "antes da discussão do Orçamento do Estado." Ora, se isto é uma questão de apressar algo delicado ou não, pessoalmente não o posso dizer - mas estando tão certo que o partido se ocupará, muito brevemente, sobre este assunto, também seria de esperar que a contestação chegasse, mascarada, claro de associações de defesa à família (...).


Dezenas de associações ligadas à defesa da família reuniram-se ontem para ponderar a hipótese de pedir um referendo sobre os casamentos homossexuais. Para já, o PS recusa porque quer resolver a polémica rapidamente.
A hipótese começa a ganhar força nos movimentos e associações de defesa da família, embora "ainda não haja uma posição final", revelou ao JN Isilda Pegado, Presidente da Federação Portuguesa Pela Vida. A única coisa com que todos concordam, garante, é "que o país não admite que esta matéria possa se tratada apenas em sede parlamentar".
As condições políticas ainda não estão de feição no Parlamento para convocar uma consulta popular. Francisco Assis, líder parlamentar do PS, garantiu ao JN que "não haverá abertura" e BE, PCP e Verdes são contra a ideia de referendar os direitos dos homossexuais. "O casamento entre pessoas do mesmo sexo é uma matéria para ser discutida no Parlamento", disse ao JN o líder parlamentar socialista. E é uma questão prioritária: "não vejo razão para protelar", respondeu à pergunta sobre se o assunto deve estar resolvido antes da discussão do Orçamento do Estado, ou seja, até Dezembro.
Cerca de 40 representantes de movimento e associações de todo o país estiveram ontem reunidos em Lisboa com o casamento de homossexuais em agenda. Isilda Pegado reconhece que "muitas pessoas têm contactado a Federação com vista a levar para a frente um referendo sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo", mas por enquanto a hipótese não passa de "uma reflexão".
Ontem, Claúdio Anaia, que falou em nome de um grupo de militantes socialistas católicos, afirmou à Lusa estar disposto a integrar uma plataforma "multipartidária" que comece de imediato a recolher assinaturas. A convicção de Anaia é que "a maioria dos portugueses é contra o casamento homossexual" e contra "a adopção de crianças por casais homossexuais".
A adopção é o tema que ainda divide os partidos favoráveis, com o PS e o PCP a levantarem dúvidas, enquanto o BE aceita pacificamente. Mas no essencial os partidos da esquerda entendem-se. E mesmo o PCP já mudou de posição, tendo votado favoravelmente o projecto que os Verdes apresentaram na anterior legislatura.
"A proposta de referendo vem fora de tempo", declarou o líder da JS ao JN. "É uma posição alarmista e desesperada de quem quer condicionar a discussão porque prevê que o processo de aprovação seja rápido", enfatizou Duarte Cordeiro.
O ex-bloquista Miguel Vale de Almeida, eleito nas listas do PS, sublinhou ao JN que o casamento de homossexuais "é um assunto para ser resolvido ao nível parlamentar de uma forma célere".
"Não é referendável porque não se referendam os direitos de ninguém", declara. Segundo o deputado "as associações de defesa dos direitos dos homossexuais são contra a ideia de referendo que comportaria o risco de "colocar os direitos de uma minoria nas mãos de uma maioria".
Isilda Pegado responde que não é o direito de uma minoria que está em causa. "Essa minoria já tem o direito que reclama. O direito de viver como outras pessoas, nas suas circunstâncias física e psíquica próprias do homossexual. E os seus afectos não são sindicáveis pela lei", conclui.
(Fonte)

Se, por um lado, seria mais democrático e mais justo de um ponto de vista social que houvesse o proposto referendo (dando, à partida, lugar para o confronto de argumentos de um "sim" necessário e um "não" falacioso e consciencialização nacional do tema), por outro seria menos democrático e menos justo de um ponto de vista social que houvesse o proposto referendo (já que, sabendo-se desde já que a  grande  parte da população portuguesa é, sobre isto, ignorante e homofóbica, invalidando-se o seguimento da legalização, ia-se pôr de parte, uma vez mais, a minoria que é a comunidade LGBT).
Não esqueçamos que a sociedade aprende com a lei - e uma vez legalizado um assunto é mais provável que haja uma maior aceitação deste (basta compararmos o exemplo da nossa vizinha Espanha, onde, a princípio, a maioria se opunha contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo e, agora, acontece o oposto).

sábado, outubro 24, 2009

:Grandes Momentos #1

´

A iniciar esta nova rubrica, deixo-vos com a perfeita sequência do poderoso Irreversível - que, contrariando o cenário precedente, nos apresenta uma visão idílica do universo - a que, necessariamente, corresponde à sua génese. A cena surge, assim, como o argumento último (no duplo sentido do termo) da tese apresentada no filme - le temps detruit tout. Apesar de a incorporação estar, infelizmente, desactivada, aconselho-vos vivamente a verem o vídeo acima no Youtube.

quarta-feira, outubro 21, 2009

:O Solista



A terceira longa-metragem da prematura mas marcante carreira de Joe Wright chega a Portugal no seguimento de “Expiação”, uma das mais subvalorizadas e admiráveis obras da década, tal como, ainda que em menor escala, a adaptação do romance de Jane Austen, “Orgulho e Preconceito”. Não seria, portanto, de admirar que, para este “O Solista”, as expectativas estivessem no topo. Contudo, o filme consegue deixar um sabor amargo a todos os níveis, pecando principalmente a índole narrativa (da responsabilidade de Susannah Grant) que faz com que a película culmine num final repleto de clichés, bem típico das mais banais biopics e que não permite com que as interpretações do bem preparado Jamie Foxx e até mesmo de Robert Downey Jr. se destaquem. Ao som de um espectral mas imperceptível Dario Marianelli (a sequência de A City Symphony é, neste e nos restantes aspectos, a mais bem executada) e ao ritmo de um Joe Wright mais experimental, urbano e socialmente crítico, a fita consegue, apesar de tudo, inovar - especialmente com a bela cena musical de uma peça de Beethoven, onde a conseguimos “ver” com a mente de Nathaniel. Um trabalho dispensável e insosso da filmografia de Joe Wright, que muito facilmente será esquecido caso este recupere a boa forma com o futuro “Indian Summer”.
Nota especial para o rápido mas evidente long take que homenageia a comunidade dos sem-abrigo em Los Angeles, que vem a demonstrar que, apesar de Joe Wright fugir bastante ao estilo do precedente “Expiação”, não abandonou este cânone que tanto delicia os seus fãs.

7/10

segunda-feira, outubro 19, 2009

:Aleflavismo #1



Só para provar que as aulas de Português são verdadeiramente inspiradoras, aqui fica uma das muitas e preciosas obras de arte que eu e a Alexandra fomos criando. Uma corrente que permite o preto, o cinzento, o branco e o vermelho, as linhas rectas e as circunferências. E, acreditem, muita coisa se pode originar a partir disto :P A este, chamamos Romeu e Julieta, e é dos nossos preferidos. Esperem mais coisas estúpidas :D

sábado, outubro 10, 2009

:A Alexandre Inácio



Diariamente, as palavras são relembradas. Para sempre. Obrigado.

quarta-feira, outubro 07, 2009

:Compreendendo os adolescentes

Muitas são as películas que se destinam ao público adolescente - afinal, que público, na sua grande maioria, é mais consumidor e ingénuo relativamente às imagens que se lhe são exibidas? Poucas são, contudo, aquelas que tentam, de uma forma mais ou menos directa, entrar na profundidade da sua mente, criticando o seu comportamento e a busca da identidade na violência, na sexualidade ou, simplesmente, no conformismo. Tarefa difícil mas certamente não irrealizável. Dessa forma, deixo-vos hoje com uma série de cinco inspiradoras películas que valem a pena ser visionadas pelo menos uma vez na vida, dada a sua qualidade artística ou a forma como marcaram a sociedade e o mundo da sétima arte pela temática (ou a forma como esta é abordada). Mysterious Skin (2007), Paranoid Park (2007), Ken Park (2002), The Dreamers (2003) e A Clockwork Orange (1971) são, para além dos que em baixo enuncio, filmes muito recomendáveis.

Sementes de Violência (1955)


Fúria de Viver (1955)


Kids - Miúdos (1995)


Elephant (2003)


Entre les Murs (2008)

terça-feira, outubro 06, 2009

:Childhood Sounds



Owl City é um projecto musical iniciado, em 2007, por Adam Young que combina géneros musicais como new wave, synthpop e electrónica, semelhante aos The Postal Service. Podia resultar desta junção algo que fosse, talvez, vulgar, mas descobrindo-o há coisa de uma semana atrás posso dizer-vos, com segurança, consciente da subjectividade de tudo isto, que vale bem a pena. Podia sugerir que começassem por ouvir Hello Seatle (recomendo vivamente a visualização deste vídeo), já que é uma animada melodia que praticamente lançou Owl City, no MySpace. Das minhas preferidas contam-se as que compõe o novo álbum - Ocean Eyes -, sobretudo Fireflies (videoclip em baixo),  Vanilla Twilight, Meteor Shower ou The Bird and the Worm.



segunda-feira, outubro 05, 2009

:Outubro, 5



Foi há 99 anos atrás que a República Portuguesa foi proclamada e foi há 866 anos atrás que Portugal teve reconhecida a sua independência. E com tanta histórias e História, com tanto para ver, rever, descobrir e redescobrir, com tanta boa arte, continuamos assim.

domingo, outubro 04, 2009

:Seriously?



Que a versão live-action de Roberto Benigni ("A Vida é Bela") de Pinóquio tinha sido repudiada tanto pelo público como a crítica "especializada" todos nós já sabíamos. Daí a ser o terceiro pior filme da década (2000-09) então caímos nas teias do exagero. Como é facto que sou dos poucos a considerá-lo razoável, também o é que o Date Movie e todos os Shit Movie deveriam estar nas primeiras posições, assim como as teen productions da Disney Channel, como é o caso de Camp Rock, que lá não está listado. E se há filme que me põe mesmo mal disposto e que, incrivelmente, no mesmo portal, reúne 31% de críticas positivas, é este.

quinta-feira, outubro 01, 2009

:Outubro & Lars von Trier



Depois de um Setembro muy colorido, a frieza e pessimismo da filmografia do inovador Lars Von Trier chega ao CINEROAD, seeSAWseen, Split Screen e Flavio's World. Tendo o seu novo e muito polémico Antichrist data já marcada de estreia em Portugal (22 deste mês) era já altura que nos dedicássemos à obra deste cineasta, cujo essencial tema de estudo na sua obra tem sido a humanidade, toda a sua decadência e malvadez. Dedicar-me-ei, novamente, à escrita de algumas críticas (a do Dogville pode já ser consultada), assim como artigos que homenageiem a carreira do realizador dinamarquês internacionalmente (re)conhecido, algo que poderão certamente encontrar nos blogs que colaboram na iniciativa. A eles e aos leitores - um bom Outubro von triêrico :p