sábado, setembro 27, 2008

:Grandes Realizadores #1: Gus Van Sant


"I have this new theory about films. It's almost like astrology, where if we started on a Tuesday the film will be different than if we started on a Wednesday. Not because of the planets. It's that sometimes you start with the wrong balance and the whole thing gets messed up."
"Elephant", "Paranoid Park", "Last Days", "Gerry", "Mala Noche" e, brevemente, "Milk". Gus Van Sant impôs já um estilo único e é já um dos melhores artistas contemporâneos. Haverá sombra de dúvida? :P

domingo, setembro 21, 2008

:Revolutionary Movie...?

Devo admitir que me encontro ainda um pouco céptico em relação a este novo projecto de Sam Mendes, com um dos pares mais famosos em Hollywood - falo, claro, de Leonardo DiCaprio e Kate Winslet. Onze anos depois voltam com o filme dramático "Revolutionary Road", como um casal disfuncional dos anos 50, pais de duas crianças. Pelas fotografias que vi no IMDB bem que posso esperar, mais uma vez, uma grande interpretação de Kate (pois em "Pecados Íntimos" esteve excelente). E, como sempre, data de estreia em Portugal nem vê-la mas o que esperam desta fita? Será digna de Oscares ou será que o público não conseguirá ver mais do que Jack e Rose no grande ecrã? E do realizador, marido de Kate Winslet, trar-nos-á mais um "American Beauty" (aludindo à sua respectiva qualidade)? De qualquer das formas, mal posso esperar por vê-lo.

domingo, setembro 14, 2008

:Mysterious Skin (2004)


“Mysterious Skin – Pele Misteriosa” é, na falta de melhor palavra, assombroso. Estupendo a todos os níveis, devo, antes de tudo, aplaudir veementemente o magnífico desempenho de Joseph Gordon-Levitt que, devo admiti-lo, quase me deixou em lágrimas numa cena extremamente perturbadora. E com isso conseguimos um novo adjectivo para classificar a fita, pois este filme deixar-vos-á transtornados pelo penoso e por vezes sufocante ambiente que assistimos na jornada de Neil.
Gregg Araki traz-nos ao grande ecrã a história de Brady e Neil, duas crianças de oito anos e colegas de uma equipa de basebol que compartilharão uma experiência traumática durante cinco horas; cinco horas que delinearão o percurso das duas personagens indistintamente. Depois de serem os peões sexuais do respectivo treinador, Brady e Neil seguem as suas vidas de uma forma bastante particular e discrepante; Neil torna-se num adolescente homossexual com um comportamento aéreo e indisciplinado, acompanhado pelos dois melhores amigos, e num prostituto cobiçado naquela vila; Brady afigura-se como um jovem retraído e obcecado pela procura da verdade, julgando-se vítima olvidada de um rapto extraterrestre (condicionado, evidentemente, pelo trauma criado com aquele medonho evento). Aliás, é de forma incrível como podemos seguir as vidas dos dois, desde as perigosas e fatídicas aventuras que Neil tinha com Wendy (a imagem daquela criança a chorar e com os foguetes na boca deixou-me abalado) ou como Brady descrevia os seus sonhos com extraterrestres naquele livro. Ambos os actores estão absolutamente de parabéns, há imenso que não via representações tão autênticas.
É, então, nisso que o filme se centra, a pedofilia, a violação e a prostituição como temas primordiais. O argumento está, de facto, notável (adaptação de um romance homónimo de Scott Heim) e a realização, essa, está brilhante. Há planos que me ficaram na mente, desde o inicial onde é possível ver uma chuva de cereais em câmara lenta, a descer para a cabeça feliz de Neil ou o final, um plano picado dos dois adolescentes sob um cântico natalício arrepiante. Daí ganhar dois pontos merecidos e não ver razões para dar menos do que 10 em 10. Assemelha-se, em parte, a Gus Van Sant com “Elephant” e “Paranoid Park”, mas ganha na proficiência da história e da forma como as personagens foram exploradas. Um daqueles raros casos que me afectou e deixou a pensar durante horas e horas, pela profundidade de todas as cenas. É mais do que um filme independente para amantes de dramas perturbadores e violentos, dêem uma oportunidade à película e não se arrependerão. Muito recomendado!

9/10

terça-feira, setembro 09, 2008

:Memento (2000)

“Não é só um filme, mas um quebra-cabeças”, “Uma obra-prima”, “Incrivelmente difícil de descrever e absolutamente surpreendente”; estas foram algumas das opiniões sobre esta película de Christopher Nolan, conhecido por ter sido uma autêntica lufada de ar fresco nos mais conceituados festivais de cinema que premiaram o seu trabalho com vinte e cinco prémios vivificando, por conseguinte, as duas nomeações para os Oscar recebidas.
Leonard Shelby apresenta-se. É um homem que sofre de perda de memória recente desde um terrível incidente, quando ocorreu um assalto em sua casa e violaram e mataram a sua mulher. A partir desse momento, mesmo com a sua incapacidade de criar novas recordações, começa uma infindável busca pela verdade registando todos o que presencia em fotografias e tatuagens pelo seu corpo todo.. "Memento" conta com as magníficas participações de Guy Pearce, Joe Pantoliano e Carrie-Anne Moss (que esteve, a meu ver, brilhante).
Mas é, no entanto, o argumento que resplendece, sobrepujando uma fasquia que se encontra para além do desejável, quer pela sua originalidade como também por uma complexidade extremamente interessante que nos obriga a reflectir sobre cenas anteriormente vistas a fim de compreendermos com maior lucidez o que nos é apresentado. O filme é disposto de uma forma bastante peculiar: começamos por ver o final da fita e, assim, as cenas são organizadas pelo final+começo+começo&final o que valeu a “Memento” a nomeação merecida para o Oscar de melhor montagem. Toda a genialidade reside então nestes dois aspectos, o argumento e a montagem, que prima com uma realização notável. Chistopher Nolan, de "O Cavaleiro das Trevas" (10/10), "Batman Begins" (9/10) e "O Terceiro Passo" (9,5/10), provou mais do que uma vez que veio para fazer história, como um dos mais talentosos realizadores da actualidade. Se tiverem o DVD português aproveitem e vejam a entrevista feita a Nolan. Está, de facto, com este filme que é já dos meus favoritos, de parabéns.
I have to believe in a world outside my own mind. I have to believe that my actions still have meaning, even if I can't remember them. I have to believe that when my eyes are closed, the world's still there. Do I believe the world's still there? Is it still out there?... Yeah. We all need mirrors to remind ourselves who we are. I'm no different.

Nota final: 9,5/10

sexta-feira, setembro 05, 2008

:Milk

Foi graças ao The Joker que descobri que já há um trailer para a nova película de Gus Van Sant (de filmes como "Elephant" (8/10) e "Paranoid Park" (8/10)), "Milk", que conta com a participação do fantástico Sean Penn e ainda de actores como Diego Luna e James Franco. A fita expõe-nos a história de Harvey Milk (22 de maio de 1930 - 27 de novembro de 1978), que se destacou como o primeiro político assumidamente homossexual a ser eleito nos Estados Unidos da América e, acima de tudo, como um revolucionador no que toca aos direitos da comunidade LGBT. Não esquecendo o seu trágico fim, Milk é recordado neste filme dramático que vai ser com certeza digno de algumas nomeações da Academia. Ainda sem data de estreia marcada para Portugal (como não podia deixar de ser...), este filme deverá ser lançado aqui por volta de Fevereiro ou Março. Quem quiser ver o trailer na Apple que clique aqui ou veja aqui:


segunda-feira, setembro 01, 2008

:Blindness - Premiere Brasileira


Por que foi que cegámos, Não sei, talvez um dia se chegue a conhecer a razão, Queres que te diga o que penso, Diz, Penso que não cegámos, penso que estamos cegos, Cegos que vêem, Cegos que, vendo, não vêem.
Ensaio Sobre a Cegueira, José Saramago